Cresce o número de curso superior a distância
A oferta de cursos superiores no Brasil cresceu 571% entre 2003 e 2006. E o número de alunos avançou 356% em três anos. Segundo o MEC, 73% estão em escolas particulares.
Na série de reportagens que o Jornal Nacional apresenta, nesta semana, sobre educação a distância, o repórter Alan Severiano mostra nesta quarta o papel dos cursos universitários.
É em São Paulo que Ingrid mora. Mas, uma vez por semana, sem pegar avião, ela estuda na Universidade de Harvard, uma das mais tradicionais dos Estados Unidos. O professor do curso de especialização em políticas educacionais está a oito mil quilômetros de distância.
A aula, em inglês, é transmitida via internet. Os alunos, em sete países, debatem em tempo real.
“Eu posso continuar trabalhando e posso, em qualquer lugar do Brasil, estar conectada nos momentos da aula. O curso é muito mais acessível aqui do Brasil do que presencial lá, com custos de moradia, hospedagem. Sai muito mais barato”, afirmou Ingrid Imenez, aluna de Harvard.
No ensino superior e na pós-graduação, a educação a distância no Brasil caminha a passos de gigante. A oferta de cursos superiores dentro do país cresceu 571% entre 2003 e 2006. Um outro levantamento, de 2007, mostra que o número de alunos avançou 356% em três anos. Segundo o MEC, 73% estão em escolas particulares.
“Hoje a educação presencial talvez não dê conta mais de algumas exigências de conhecimento que precisam ser passadas de forma rápida com qualidade. Portanto a educação a distância vem para ser uma aliada da educação presencial”, esclareceu Regina Helena Ribeiro, do Núcleo de Tecnologias Senac.
Demorou, mas a maior universidade do país, fundada há 75 anos, se rendeu a educação a distância. Depois de seis anos de ensaio, a USP estreia na modalidade com um curso de graduação para formar professores de ciências, uma área carente de profissionais qualificados. Em laboratórios, todos os sábados, eles vão pôr em prática o que aprenderem pelo computador.
Na primeira turma, serão 360 alunos, gente que não teria como se deslocar todos os dias até a universidade. “É uma universidade de peso como a universidade de São Paulo dizer o seguinte: ‘Olha, o ensino a distância é importante, nós temos que encarar’. Encará-lo significa, primeiro, preparar um curso com responsabilidade e qualidade e, segundo, avaliar esse curso”, explicou José Cipolla, coordenador do curso a distancia da USP.
Na pós-graduação a distância, a USP já tem experiência. Só a escola de engenharia formou mais de 500 pessoas. O engenheiro de minas André Beltrame, que hoje é tutor do curso de segurança do trabalho, virou fã do ensino virtual.
“Você pode pegar a apostila, está na praia, está lendo, está no trabalho, na hora do almoço, lê um pouquinho, faz um exercício. Então é uma coisa que você pode ter o seu próprio ritmo”.
Apesar da aparente facilidade, o curso a distância exige muito mais esforço. Longe dos olhos do professor, a tentação é grande.
“O filho chama, a mulher quer sair, não sei o quê. Precisa ter uma força de vontade, falar: ‘Não! Terça, quarta e quinta, das 7 às 10, eu vou sentar e vou mexer nisso’”, disse Sérgio Nedici de Eston, coordenador do curso de Segurança no Trabalho.
A educação a distância requer disciplina, iniciativa e uma boa dose de autonomia. Isso explica a prevalência de alunos mais velhos. Segundo um levantamento feito em 140 instituições, só 22% dos estudantes têm menos de 24 anos.
“O aluno que é mais maduro, determinado, que quer conseguir aquele diploma, que preciso daquele conhecimento, esse é um ótimo candidato para educação a distância”, acredita Fredric Litto, presidente da Associação Brasileira de Educação a Distância.
Para concluir uma pós-graduação em administração de empresas, o gerente de desenvolvimento de produtos Jorge Abud usou todos os minutos disponíveis para aprender. “Eu passei a estudar em aeroporto, passei a estudar em antessala de cliente ou de reunião”.
E tem uma receita para transformar qualquer lugar em sala de aula. “Você se fecha em você mesmo e se concentra. Só tem que ficar ligado no teu voo para não perdê-lo.
É em São Paulo que Ingrid mora. Mas, uma vez por semana, sem pegar avião, ela estuda na Universidade de Harvard, uma das mais tradicionais dos Estados Unidos. O professor do curso de especialização em políticas educacionais está a oito mil quilômetros de distância.
A aula, em inglês, é transmitida via internet. Os alunos, em sete países, debatem em tempo real.
“Eu posso continuar trabalhando e posso, em qualquer lugar do Brasil, estar conectada nos momentos da aula. O curso é muito mais acessível aqui do Brasil do que presencial lá, com custos de moradia, hospedagem. Sai muito mais barato”, afirmou Ingrid Imenez, aluna de Harvard.
No ensino superior e na pós-graduação, a educação a distância no Brasil caminha a passos de gigante. A oferta de cursos superiores dentro do país cresceu 571% entre 2003 e 2006. Um outro levantamento, de 2007, mostra que o número de alunos avançou 356% em três anos. Segundo o MEC, 73% estão em escolas particulares.
“Hoje a educação presencial talvez não dê conta mais de algumas exigências de conhecimento que precisam ser passadas de forma rápida com qualidade. Portanto a educação a distância vem para ser uma aliada da educação presencial”, esclareceu Regina Helena Ribeiro, do Núcleo de Tecnologias Senac.
Demorou, mas a maior universidade do país, fundada há 75 anos, se rendeu a educação a distância. Depois de seis anos de ensaio, a USP estreia na modalidade com um curso de graduação para formar professores de ciências, uma área carente de profissionais qualificados. Em laboratórios, todos os sábados, eles vão pôr em prática o que aprenderem pelo computador.
Na primeira turma, serão 360 alunos, gente que não teria como se deslocar todos os dias até a universidade. “É uma universidade de peso como a universidade de São Paulo dizer o seguinte: ‘Olha, o ensino a distância é importante, nós temos que encarar’. Encará-lo significa, primeiro, preparar um curso com responsabilidade e qualidade e, segundo, avaliar esse curso”, explicou José Cipolla, coordenador do curso a distancia da USP.
Na pós-graduação a distância, a USP já tem experiência. Só a escola de engenharia formou mais de 500 pessoas. O engenheiro de minas André Beltrame, que hoje é tutor do curso de segurança do trabalho, virou fã do ensino virtual.
“Você pode pegar a apostila, está na praia, está lendo, está no trabalho, na hora do almoço, lê um pouquinho, faz um exercício. Então é uma coisa que você pode ter o seu próprio ritmo”.
Apesar da aparente facilidade, o curso a distância exige muito mais esforço. Longe dos olhos do professor, a tentação é grande.
“O filho chama, a mulher quer sair, não sei o quê. Precisa ter uma força de vontade, falar: ‘Não! Terça, quarta e quinta, das 7 às 10, eu vou sentar e vou mexer nisso’”, disse Sérgio Nedici de Eston, coordenador do curso de Segurança no Trabalho.
A educação a distância requer disciplina, iniciativa e uma boa dose de autonomia. Isso explica a prevalência de alunos mais velhos. Segundo um levantamento feito em 140 instituições, só 22% dos estudantes têm menos de 24 anos.
“O aluno que é mais maduro, determinado, que quer conseguir aquele diploma, que preciso daquele conhecimento, esse é um ótimo candidato para educação a distância”, acredita Fredric Litto, presidente da Associação Brasileira de Educação a Distância.
Para concluir uma pós-graduação em administração de empresas, o gerente de desenvolvimento de produtos Jorge Abud usou todos os minutos disponíveis para aprender. “Eu passei a estudar em aeroporto, passei a estudar em antessala de cliente ou de reunião”.
E tem uma receita para transformar qualquer lugar em sala de aula. “Você se fecha em você mesmo e se concentra. Só tem que ficar ligado no teu voo para não perdê-lo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário