quinta-feira, 16 de junho de 2011

EDUCAÇÃO EAD

Mec tem boas perspectivas para o ensino a distância no Brasil PDF Imprimir E-mail
Qua, 08 de Outubro de 2008 15:32
No Brasil um dos segmentos educacionais que mais cresce é o da Educação a Distância (EAD). Mais de um milhão de brasileiros já fizeram ou fazem cursos a distância. O uso de tecnologias, como a internet, rádio e televisão a cada dia que passa está mais próxima dos brasileiros e isso faz com que diversas instituições, como o Senac, passem a investir nessa nova modalidade educacional. Para descobrir como foi a implantação desses cursos no Brasil, suas dificuldades e discutir as questões que estão em pauta no universo da educação a distância, o site da EAD do Senac-DF entrevistou o secretario de Educação a Distância do Ministério da Educação, Ronaldo Mota.

Notícias EAD/Senac-DF: Hoje, mais de um milhão de brasileiros fizeram ou fazem cursos a distância, mas até chegar a esse número, houve um trabalho de implantação dessa nova modalidade de ensino no país. Como se deu esse processo?

Ronaldo Mota: A educação a distância (EAD) no Brasil tem uma história significativa, e que não começou ontem. Vieram primeiro os cursos por correspondência do Instituto Universal e do Instituto Monitor. Esses eram cursos não formais, que não tinham como objetivo gerar diplomas. Eles foram grande sucesso e demonstraram que o país tinha uma grande capacidade e potencial a ser explorado.
Recentemente temos a introdução dos cursos chamados formais, cursos que expedem diplomas, certificam habilidades do ponto de vista da educação superior ou da educação básica. A partir da Lei de Diretrizes e Bases de 1996, que estabelece a educação a distância como modalidade educacional, ocorreu a introdução dessa modalidade de ensino na educação básica para jovens e adultos que ultrapassaram a faixa etária normal de estudo e para educação superior, tanto para cursos de graduação como para cursos de pós-graduação.Essa história recente é positiva, pois transcende a idéia da correspondência, por utilização de mídias, que no sentido geral da palavra envolve tecnologias inovadoras, mas não abre mão da importância, por exemplo, do material impresso. Com a formalidade da educação a distância, regras, como a presencialidade, passaram a ser bem definidas, hoje 20% das atividades da educação a distância, nos cursos formais, tem que ser presenciais. Hoje os setores públicos e privados, têm cumprido rigorosamente o mínimo de presencialidade.

Notícias EAD/Senac-DF: Como o Mec percebe hoje a questão da resistência por parte das pessoas na hora da escolha entre a metodologia à distância e presencial?

Ronaldo Mota: Nós temos dois problemashoje, o primeiro é o preconceito de alguns que acham a qualidade inferior, e isso está reduzindo de forma muito rápida, porque há indicadores que mostram que os formandos nessa área, demonstram em suas atividades profissionais que não devem nada em média aos formandos dos cursos presenciais. Temos também um outro problema, que são o de pessoas tão apaixonadas por educação a distância, que acham que essa modalidade de ensino é a solução para todos os problemas na educação. A educação a distância é uma grande ferramenta, as visões preconceituosas estão diminuindo rapidamente porque profissionais altamente qualificados dedicam-se a educação a distância e os profissionais formados mostram um rendimento muito positivo. Mas, da mesma forma ela não é uma solução para todos os males, por sinal, na nossa concepção, talvez a mais importante contribuição da educação a distância seja a de orientar a educação tradicional, mostrando que ela tem que se modificar e isso incorporar as ferramentas da educação a distância.

Notícias EAD/Senac-DF: Daqui a cinqüenta anos, a educação a distância pode tomar o lugar da educação presencial?

Ronaldo Mota: Eu acredito em uma educação hibrida que contenha os ingredientes positivos da educação presencial e da educação a distância é o futuro. O que nós teremos no futuro é um estudante que poderá optar por fazer algumas disciplinas na modalidade presencial e algumas disciplinas utilizando as tecnologias da educação a distância. Ao final, ele será um profissional que terá passado por essas duas experiências, portanto, ele será um profissional muito bem formado porque fez uso adequado das características presenciais e simultaneamente teve contato com o que existe de mais avançado nas tecnologias. Esse é o perfil do futuro e não uma competição entre a educação a distância e a presencial.

Notícias EAD/Senac-DF: Para o senhor, quais os pré-requisitos que uma pessoa precisa ter para fazer cursos a distância?

Ronaldo Mota: Há alguns pré-requisitos que são básicos e precisam ter tanto na educação presencial quanto na educação a distância, no entanto, quando falamos de educação a distância estamos dizendo de utilização maior do uso de tecnologias. Há um perfil associado as seguintes características: maior nível de autonomia do estudante, pessoas mais aptas a desenvolver o espírito de aprender a aprender, pessoas mais aptas a estudar o assunto em pauta antes das aulas e pessoas que tenham melhor estabelecido o que querem fazer com aquele conhecimento.

Notícias EAD/Senac-DF: NoSenac-DF nós ministramos cursos básicos e cursos de pós-graduação a distância. Em 2007 com a chegada da faculdade Senac nós ministraremos também cursos híbridos. Para os cursos de mestrado, há algum impedimento?

Ronaldo Mota: Não há impedimento algum para qualquer instituição pública ou privada que queiram ter cursos de pós-graduação stricto sensu a distância. Mas a Capes é muito rigorosa e continuará sendo, seja com cursos presenciais ou a distância e há certamente um grande futuro para os cursos stricto sensu a distância, mas para poder abrir passará pelo crivo rigoroso de qualidade da Capes, cujo o critério de rigidez não está associado a nenhum preconceito, mas está de exigir que os cursos sejam altamente qualificados.

Noticias EAD/Senac-DF: Sobre a Universidade Aberta do Brasil, há oportunidade para especialistas em EAD que não fazem parte do corpo funcional das universidades federais, atuarem na Universidade Aberta?

Ronaldo Mota: O novo edital da Universidade Aberta não será exclusivamente para as instituições federais, inclui também todas as instituições públicas do país, podendo ser estaduais e municipais. É possível que em um terceiro edital você já tenha a participação estimulada, por exemplo, das instituições comunitárias. Isso seria uma analogia com os programas do pró-licenciatura, que inicialmente eram de instituições públicas e numa segunda fase incorporou também as instituições comunitárias. É possível que a Universidade Aberta do Brasil também caminhe nessa trilha. Para a Universidade Aberta não há seleção de tutores, e sim de instituições, caso o tutor ministre alguma aula na instituição, ele poderá fazer parte da Universidade Aberta.

Noticias EAD/Senac-DF: Por último, quais as perspectivas do Mec para o ensino a distância no país?

Ronaldo Mota: A educação a distância tem um grande futuro no Brasil, em todos os setores, seja no público, privado, no sistema S, que é um exemplo de qualidade e que desenvolve a educação a distância com muita competência. O que nós fazemos é articular parcerias, nós queremos aumentar o leque de parceiros e estimular que os sistemas consigam fazer de forma consorciada ações que possam ter impactos positivos em toda a população.
Fonte: Portal da Secretaria de Educação a Distância / MEC

Extraida no dia 16/06/2011 as 09:38min 
http://www.universolivre.srv.br/index.php/the-news/35-u-lnews/81-mec-tem-boas-perspectivas-para-o-ensino-a-distancia-no-brasil

REPORTAGEM DO JORNAL NACIONAL

HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NO BRASIL

VERDADE SOBRE A EDUCAÇÃO NO PAIS

sexta-feira, 29 de abril de 2011

CURSO SUPERIOR A DISTÂNCIA

Cresce o número de curso superior a distância
A oferta de cursos superiores no Brasil cresceu 571% entre 2003 e 2006. E o número de alunos avançou 356% em três anos. Segundo o MEC, 73% estão em escolas particulares.

Na série de reportagens que o Jornal Nacional apresenta, nesta semana, sobre educação a distância, o repórter Alan Severiano mostra nesta quarta o papel dos cursos universitários.

É em São Paulo que Ingrid mora. Mas, uma vez por semana, sem pegar avião, ela estuda na Universidade de Harvard, uma das mais tradicionais dos Estados Unidos. O professor do curso de especialização em políticas educacionais está a oito mil quilômetros de distância.

A aula, em inglês, é transmitida via internet. Os alunos, em sete países, debatem em tempo real.

“Eu posso continuar trabalhando e posso, em qualquer lugar do Brasil, estar conectada nos momentos da aula. O curso é muito mais acessível aqui do Brasil do que presencial lá, com custos de moradia, hospedagem. Sai muito mais barato”, afirmou Ingrid Imenez, aluna de Harvard.

No ensino superior e na pós-graduação, a educação a distância no Brasil caminha a passos de gigante. A oferta de cursos superiores dentro do país cresceu 571% entre 2003 e 2006. Um outro levantamento, de 2007, mostra que o número de alunos avançou 356% em três anos. Segundo o MEC, 73% estão em escolas particulares.

“Hoje a educação presencial talvez não dê conta mais de algumas exigências de conhecimento que precisam ser passadas de forma rápida com qualidade. Portanto a educação a distância vem para ser uma aliada da educação presencial”, esclareceu Regina Helena Ribeiro, do Núcleo de Tecnologias Senac.

Demorou, mas a maior universidade do país, fundada há 75 anos, se rendeu a educação a distância. Depois de seis anos de ensaio, a USP estreia na modalidade com um curso de graduação para formar professores de ciências, uma área carente de profissionais qualificados. Em laboratórios, todos os sábados, eles vão pôr em prática o que aprenderem pelo computador.

Na primeira turma, serão 360 alunos, gente que não teria como se deslocar todos os dias até a universidade. “É uma universidade de peso como a universidade de São Paulo dizer o seguinte: ‘Olha, o ensino a distância é importante, nós temos que encarar’. Encará-lo significa, primeiro, preparar um curso com responsabilidade e qualidade e, segundo, avaliar esse curso”, explicou José Cipolla, coordenador do curso a distancia da USP.

Na pós-graduação a distância, a USP já tem experiência. Só a escola de engenharia formou mais de 500 pessoas. O engenheiro de minas André Beltrame, que hoje é tutor do curso de segurança do trabalho, virou fã do ensino virtual.

“Você pode pegar a apostila, está na praia, está lendo, está no trabalho, na hora do almoço, lê um pouquinho, faz um exercício. Então é uma coisa que você pode ter o seu próprio ritmo”.

Apesar da aparente facilidade, o curso a distância exige muito mais esforço. Longe dos olhos do professor, a tentação é grande.

“O filho chama, a mulher quer sair, não sei o quê. Precisa ter uma força de vontade, falar: ‘Não! Terça, quarta e quinta, das 7 às 10, eu vou sentar e vou mexer nisso’”, disse Sérgio Nedici de Eston, coordenador do curso de Segurança no Trabalho.

A educação a distância requer disciplina, iniciativa e uma boa dose de autonomia. Isso explica a prevalência de alunos mais velhos. Segundo um levantamento feito em 140 instituições, só 22% dos estudantes têm menos de 24 anos.

“O aluno que é mais maduro, determinado, que quer conseguir aquele diploma, que preciso daquele conhecimento, esse é um ótimo candidato para educação a distância”, acredita Fredric Litto, presidente da Associação Brasileira de Educação a Distância.

Para concluir uma pós-graduação em administração de empresas, o gerente de desenvolvimento de produtos Jorge Abud usou todos os minutos disponíveis para aprender. “Eu passei a estudar em aeroporto, passei a estudar em antessala de cliente ou de reunião”.

E tem uma receita para transformar qualquer lugar em sala de aula. “Você se fecha em você mesmo e se concentra. Só tem que ficar ligado no teu voo para não perdê-lo.


Confira os bastidores da série no JN Especial.

INTERATIVIDA X TRABALHO

Interatividade encurta distância em ensino
O trabalho e uma mãozinha da educação à distância ajudam a encurtar o caminho para o sucesso.
Na última reportagem da série sobre educação à distância, você vai ver como essa modalidade de ensino virou uma ferramenta ágil e barata no treinamento nas empresas.

É o que mostra o repórter alan severiano.

Do interior de Minas ao terminal de tubarão, em Vitória, o minério de ferro viaja até dez horas. A cabine cheia de telas e botões exige concentração. Nada pode sair dos trilhos na logística da segunda maior mineradora do mundo.

“Tem gente que acha que é só apertar botão, mas não é isso não. Se você não tiver atenção, você pode provocar um acidente, aí você pode machucar pessoas”, diz Jean Castro, maquinista.

A responsabilidade do maquinista é do tamanho do trem, que aqui chega a ter 320 vagões, o equivalente a R$ 5 milhões em minério de ferro.

Para transportar tanta riqueza, é preciso seguir uma série de regras que a educação a distância está ajudando a lembrar.

Em cada parada no meio do caminho, o professor vai junto, dentro da mala.

O curso, gravado em CD, roda em qualquer computador. Com exemplos práticos, explica todos os mandamentos de quem mantém o trem na linha.

A tecnologia resolveu o problema da falta de tempo.

“Eu viajo por semana seis dias. Se fosse só na sala de aula, com certeza era mais difícil,” diz Jean.

Com funcionários espalhados por 13 estados, a empresa já treinou 60 mil pessoas dessa forma. O investimento chega a 4 milhões e meio de reais por ano.

“Há uma economia porque enquanto na educação presencial você investe em deslocamento, passagem, hospedagem, alimentação desse empregado com a EAD você tem um investimento inicial maior, mas que ele se dilui com o passar do tempo pelo número de empregados que ele atinge”, conta Ana Claudia Freire, gerente de tecnologia educacional da Vale.

Um em cada quatro reais investidos em educação corporativa no Brasil já é aplicado em cursos à distância. O último levantamento do setor também revela que os mais comuns são: tecnologia, finanças, vendas e gestão de negócios.

Esse é o tema da especialização de Josemir. Ele controla a circulação dos trens de minério e nos intervalos estuda pela internet.

“O curso a distancia pra mim foi inicialmente uma surpresa mas ele superou as minhas expectativas”, diz Josemir Machado de Paula, supervisor do centro de controle da ferrovia Vitória-Minas.

O conteúdo foi produzido nessa escola no Rio de Janeiro. Levando professores para frente das câmeras, a tradicional fundação Getúlio Vargas já tem mais de cem cursos virtuais.

“Ano passado, nós faturamos R$ 32 milhões e a gente pretende crescer em torno de 25% esse ano. É um negócio novo, é um mercado em expansão”, conta Stavros Xanthopoylos, diretor executivo da FGV online.

Tão aquecido que quem prepara os cursos passou a ser disputado.

“Algumas vezes a gente já observou essa disputa. São poucos profissionais hoje em dia no mercado e você não tem uma formação pra ensino à distância”, diz Sandro Bonadia, coordenador de cursos da FGV online.

Em vez de um professor, é sempre uma equipe que define o conteúdo das aulas. Tudo é discutido: do objetivo...

“Abrir a cabeça das pessoas para o que é o negócio delas de verdade.”

...à melhor forma de prender a atenção dos alunos.

“A gente pode usar vídeos, jogos, quadrinhos, ou qualquer tipo de recurso que ajude o aluno a compreender melhor um conceito”.

A fórmula para encurtar a distância é aumentar a interatividade.

No Senac de São Paulo, a criação do material didático lembra roteiro de cinema.

“É uma interação, um personagem que entra, qual o tipo de locução, a entonação dessa locução”, diz Fernando Weno, coordenador de produção do Senac.

Muitas vezes, o orçamento também é digno de uma super produção.

“R$ 100 mil, R$ 500 mil e a gente já teve projetos que passaram de R$ 1 milhão”, diz Mauricio da Silva , gerente de atendimento corporativo do Senac.

O uso da tecnologia faz os professores reaprenderem a ensinar.

Diante desses computadores, gente que trocou o giz pelo teclado.

Aqui eles descobrem como tirar dúvidas e mediar debates pela internet.

A gente tem que buscar, captar essa aproximação, fazer uma brincadeira.

“O aluno de longe consegue te trazer informações. A gente como professor não pode deixar de ser um aprendiz eterno. Acaba realmente com as fronteiras.”

É pela internet que kelly, de 17 anos, e Guilherme, de 20, estão aprendendo a ser empresários. Há oito meses, o casal montou uma fábrica de carimbos na sala de casa.

Improviso, só nas instalações. Num curso gratuito do Sebrae, eles descobrem noções básicas de administração.

“A gente não pode pegar o primeiro mês de salário e já achar que o dinheiro é nosso. Não é nosso. É da empresa. Procurar sempre investir”, conta Kelly Cristina, microempresária.

O trabalho e uma mãozinha da educação à distância ajudam a encurtar o caminho para o sucesso.

“Hoje tem essa tecnologia que a gente pode aproveitar. E graças a deus a gente de pouquinho em pouquinho está chegando lá, está conseguindo conquistar esse objetivo”, diz Guilherme Bezerra da Silva, microempresário.


EDIÇÃO DO JORNAL NACIONAL DO DIA  01/05/2009

terça-feira, 19 de abril de 2011

O QUE É EDUCAÇÃO A DISTANCIA

Rádio e TV Fapeam: Educação a distância do AM na Globo

Duas experiências de educação a distância desenvolvidas no Estado do Amazonas ganharam repercussão nacional esta semana ao serem exibidas na série de reportagens sobre o assunto produzida pela equipe do Jornal Nacional, da Rede Globo de Televisão.
Na segunda-feira (27/4), o principal telejornal do país abriu espaço para as ações do Sistema Presencial Mediado, desenvolvido pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA), com reportagem de cerca de dois minutos produzida em Manaus e em São Gabriel da Cachoeira. Na capital, do estúdio do sistema presencial da UEA, a equipe do telejornal acompanhou uma aula do curso de Educação Física transmitida ao vivo para 832 alunos em 12 municípios.
Na terça-feira (28/4) foi a vez do Centro de Mídias de Educação do Amazonas, da Secretaria de Estado de Educação (Seduc-Am). A equipe do JN acompanhou uma aula de inglês transmitida pelo Centro de Mídias. Em Manaus, no cenário montado com lousas virtuais, estava a professora Hezanna Lima; em um município do interior do Amazonas, alunos assistiam às aulas, tirando dúvidas através de uma câmera e um microfone, em tempo real.
A Rádio e TV Fapeam disponibiliza, abaixo, os vídeos das reportagens. Confira.

O QUE É EDUCAÇÃO A DISTANCIA
De acordo com a legislação educacional brasileira, "educação a distância é uma forma de ensino que possibilita a auto-aprendizagem, com a mediação de recursos didáticos sistematicamente organizados, apresentados em diferentes suportes de informação, utilizados isoladamente ou combinados, e veiculados pelos diversos meios de comunicação."(definição que consta no Decreto n.º 2.494, de 10 de fevereiro de 1998, que regulamenta o art. 80 da LDB lei n.º 9.394/96.).

É importante observar que a Educação a Distância (EAD) não pode ser vista como substituta da educação convencional, presencial. São duas modalidades do mesmo processo. Aquela não concorre com a educação convencional, tendo em vista que não é este o seu objetivo (NUNES, s/d). Vale ressaltar que ao não considerarmos a EAD como modalidade educativa alternativa para a democratização do saber, ela tem-se apresentado sob a forma de experiências isoladas e desconectadas de uma concepção filosófica-política consistente e necessária aos programas de educação.


Ao longo das décadas de 70 e 80 o Governo Federal criou várias comissões ou grupos de trabalho para discutir a questão do ensino a distância no Brasil. Segundo Niskier (1996), em 1977 foi criado um grupo de trabalho para estudar a possível implantação de uma Universidade Aberta e a Distância nos moldes da Open University Britânica.
Mais de anos depois no Governo Sarney, outro grupo de trabalho concluiu documento denominado “Por uma Política Nacional de Educação Aberta e a Distância (1989).
Neste algumas linhas gerais para implantação da EAD no Brasil foram definidas:
• Proceder ai levantamento da demanda real de necessidade, a ser atendida pela metodologia de EAD.
• Promover a formação de equipes multidisciplinares para a produção de programas.
• Ampliar o acervo das bibliotecas escolares, de modo a incorporar também vídeos, disquetes e outros materiais.
• Incentivar a produção de programas locais de rádio e televisão.
• Apoiar técnica e financeiramente programas e projetos de EAD promovidos por instituições públicas de ensino e organizações da sociedade civil sem fins lucrativos.
• Estabelecer mecanismos de acompanhamento e avaliação de programas e projetos da EAD.
• Aproveitar a infra-estrutura de instituições de ensino médio e superior, para torná-las centros de EAD regionais e/ou estaduais.
• Incluir a metodologia da EAD nos currículos dos curso de educação e de comunicação.
• Oferecer, nas universidades, cursos de especialização em metodologia de educação à distância.
Oferecer cursos de especialização para professores e outros profissionais de ensino superior, em face da carência de recursos humanos com titulação adequada e formalmente exigida (NISKIER, 1996). Somente na década de 90 podemos observar uma gradativa implementação de iniciativas governamentais com certa perenidade. O Ministério da Educação e a Fundação Pinto (TVE – RJ) lança em 1990 o Programa Um Salto o Futuro, com o objetivo de qualificar professores do Ensino Fundamental em serviço, através da modalidade de tele-educação. O Programa TV-Escola, lançado em 1995, por sua vez, constituiu um avanço em relação ao “Um Salto para o Futuro”, ao incorporar e produzir novas formas de aprendizagem para os docentes e novos materiais audiovisuais para uso em sala de aula, contribuindo para a qualidade da prática pedagógica e para formação continuada dos professores em tecnologia da Educação. Alonso (1996) ressalta que em 1993 foi estabelecido um Convênio entre o MEC e as Universidades Públicas Brasileiras no sentido de criar uma Sistema Público de EAD em nível de terceiro grau. A conseqüência prática deste foi a constituição do Consórcio Interuniversitário de Educação p.39). acordo com as demandas regionais, definindo linhas de trabalho em EAD que contemplassem a diversidade, os problemas e as características de um país como o nosso.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei Nº 9.394/96), promulgada em 20 de dezembro de 1996 prevê a implantação gradativa da Educação a Distância (EAD) no Sistema Nacional de Ensino. Conforme Garcia (1998), “a plena entrada em vigor da LDB Nacional apresenta mais de 100 dispositivos que necessitam de regulamentação especial, quer seja do Conselho Nacional quer seja dos Conselhos Estaduais de Educação” (p.37). Porém, no que tange a EAD, as ações governamentais têm sido muito ágeis na promulgação de legislação complementar que define orientações básicas para implantação, credenciamento e avaliação dos programas de teleducação.
O Art. 80 da Lei estabelece que a União incentivará o desenvolvimento de programas de ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de ensino e, regulamentará os requisitos básicos necessários para a realização de exames e registro de diploma relativos a cursos a distância. O Decreto Nº2494/98 veio regulamentar o Artigo 80 da LDB, definindo a compreensão (oficial) do que é EAD, da oferta, do credenciamento, da autorização e dos exames. A Portaria Nº301/98 normatiza os procedimentos de credenciamento para a oferta de cursos de graduação e educação profissional tecnológica a distância (www.mec.gov.br).
A seriedade dos programas de EAD pode ser colocada em xeque “(...) há uma resistência muito acentuada, em certos setores governamentais e da intelectualidade acadêmica, com respeito à seriedade dos cursos de EAD. Respondo: Por que então não se fecham certos cursos presenciais, já que muitos sistematicamente transgridem as normas legais, funcionando como semipresenciais e continu am com o privilégio de dar diplomas a alunos. Neste momento estão por se definirem os rumos políticos da EAD, no Brasil, para os próximos 15, 20 anos, que tanto poderão consolidar novos parâmetros de qualidade educativa quanto contribuir para aumentar a segmentação social em nosso país” (GARCIA, p.38). Ainda Walter Esteves Garcia lembra-nos: “O prestígio de que desfrutam hoje algumas instituições que desenvolvem EAD repousa na excelência de seus colaboradores, sejam eles professores, técnicos, experts em diferentes mídias etc. Em alguns ambientes circulam visões equivocadas, pretendendo fazer da educação a Distância uma atividade que não exige grandes investimentos. (...) Os investimentos iniciais são elevados, não só porque os primeiros resultados custam a aparecer, diferentemente da educação presencial, e exigem elevados custos em infra-estrutura, preparo de programas, definição das estratégias operacionais, equipes de apoio, etc” (GARCIA, 1998, p.39.


















O NOVO PAPEL DA EDUCAÇÃO

O que isso tem a ver com as necessidades básicas do professor em seu processo de formação e posterior prática pedagógica? Acreditamos que a Terceira Onda introduza uma posição inédita na cultura humana: por um lado, o professor é um elemento altamente estratégico e, por outro, pode ser facilmente dispensável. No primeiro caso, ele pode auxiliar os alunos a aprender a selecionar melhor as suas alternativas e recursos de acesso à informação. Em segundo lugar, o professor precisará estar constantemente atualizado para não se tornar um elemento descartável.
Uma outra variável que não pode ser esquecida : tal como o professor o aluno precisará de reciclagens constantes. A diferença é que ele necessitará de um professor com um alto nível técnico de formação e informação.
Isto introduz uma alteração significativa no quadro de professores. A atualização de conhecimentos torna-se um processo estratégico. Alguns serão facilmente dispensáveis; aqueles não se atualizam. Para os demais, haverá sempre um novo campo de trabalho a ser tecido e estruturado, a partir da própria demanda dos alunos.
Em decorrência, pode-se dizer que a própria escola muda. Enquanto na Segunda Onda as informações básicas vinham através dela, na Terceira Onda os computadores parecem deter este lugar estratégico. A base de informações maiores não virá dos professores, mas dos próprios computadores que poderão ser acionados nos lares, nas bibliotecas ou na própria escola. O professor se tornará então um orientador de formas de estudo mais adaptadas às necessidades dos alunos. Assim, por exemplo, em vez de uma aula de história tradicional, um cd-room elaborado com os mais recentes recursos de multimídia propiciará ao aluno um contato mais aprofundado com a matéria. Ele poderá receber, além de um relato sobre os fatos mais importantes do evento histórico, outras informações complementares. Saber como se constituia a terra naquela época, como era o clima, o céu, a saúde dos sujeitos, etc. Ou seja, estamos saindo de uma história monocromática para uma hipercromática e de recursos de multimídia.
Cabe aos professores, se quiserem participar deste processo de transformação social, uma constante reciclagem. Para que eles não se tornem - como já ouvimos de muitos professores - o "lixo" descartável desta nova era. Um professor atualizado é aquele que tem olhos no futuro e a ação no presente, para não perder as possibilidades que o momento atual continuamente lhe apresenta. Porém, isto não é alguma coisa que o sistema educacional possa obrigar os professores a fazerem. A Informática é ainda uma opção, uma decisão do professor frente aos seus novos rumos de trabalho.

Profª. Drª. Leny Magalhães Mrech

Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/artigos/o-que-e-educacao-a-distancia.php

Extraído no dia 19/04/2011 as 14h56min