Mec tem boas perspectivas para o ensino a distância no Brasil |
Qua, 08 de Outubro de 2008 15:32 |
No Brasil um dos segmentos educacionais que mais cresce é o da Educação a Distância (EAD). Mais de um milhão de brasileiros já fizeram ou fazem cursos a distância. O uso de tecnologias, como a internet, rádio e televisão a cada dia que passa está mais próxima dos brasileiros e isso faz com que diversas instituições, como o Senac, passem a investir nessa nova modalidade educacional. Para descobrir como foi a implantação desses cursos no Brasil, suas dificuldades e discutir as questões que estão em pauta no universo da educação a distância, o site da EAD do Senac-DF entrevistou o secretario de Educação a Distância do Ministério da Educação, Ronaldo Mota. Notícias EAD/Senac-DF: Hoje, mais de um milhão de brasileiros fizeram ou fazem cursos a distância, mas até chegar a esse número, houve um trabalho de implantação dessa nova modalidade de ensino no país. Como se deu esse processo? Ronaldo Mota: A educação a distância (EAD) no Brasil tem uma história significativa, e que não começou ontem. Vieram primeiro os cursos por correspondência do Instituto Universal e do Instituto Monitor. Esses eram cursos não formais, que não tinham como objetivo gerar diplomas. Eles foram grande sucesso e demonstraram que o país tinha uma grande capacidade e potencial a ser explorado. Recentemente temos a introdução dos cursos chamados formais, cursos que expedem diplomas, certificam habilidades do ponto de vista da educação superior ou da educação básica. A partir da Lei de Diretrizes e Bases de 1996, que estabelece a educação a distância como modalidade educacional, ocorreu a introdução dessa modalidade de ensino na educação básica para jovens e adultos que ultrapassaram a faixa etária normal de estudo e para educação superior, tanto para cursos de graduação como para cursos de pós-graduação.Essa história recente é positiva, pois transcende a idéia da correspondência, por utilização de mídias, que no sentido geral da palavra envolve tecnologias inovadoras, mas não abre mão da importância, por exemplo, do material impresso. Com a formalidade da educação a distância, regras, como a presencialidade, passaram a ser bem definidas, hoje 20% das atividades da educação a distância, nos cursos formais, tem que ser presenciais. Hoje os setores públicos e privados, têm cumprido rigorosamente o mínimo de presencialidade. Notícias EAD/Senac-DF: Como o Mec percebe hoje a questão da resistência por parte das pessoas na hora da escolha entre a metodologia à distância e presencial? Ronaldo Mota: Nós temos dois problemashoje, o primeiro é o preconceito de alguns que acham a qualidade inferior, e isso está reduzindo de forma muito rápida, porque há indicadores que mostram que os formandos nessa área, demonstram em suas atividades profissionais que não devem nada em média aos formandos dos cursos presenciais. Temos também um outro problema, que são o de pessoas tão apaixonadas por educação a distância, que acham que essa modalidade de ensino é a solução para todos os problemas na educação. A educação a distância é uma grande ferramenta, as visões preconceituosas estão diminuindo rapidamente porque profissionais altamente qualificados dedicam-se a educação a distância e os profissionais formados mostram um rendimento muito positivo. Mas, da mesma forma ela não é uma solução para todos os males, por sinal, na nossa concepção, talvez a mais importante contribuição da educação a distância seja a de orientar a educação tradicional, mostrando que ela tem que se modificar e isso incorporar as ferramentas da educação a distância. Notícias EAD/Senac-DF: Daqui a cinqüenta anos, a educação a distância pode tomar o lugar da educação presencial? Ronaldo Mota: Eu acredito em uma educação hibrida que contenha os ingredientes positivos da educação presencial e da educação a distância é o futuro. O que nós teremos no futuro é um estudante que poderá optar por fazer algumas disciplinas na modalidade presencial e algumas disciplinas utilizando as tecnologias da educação a distância. Ao final, ele será um profissional que terá passado por essas duas experiências, portanto, ele será um profissional muito bem formado porque fez uso adequado das características presenciais e simultaneamente teve contato com o que existe de mais avançado nas tecnologias. Esse é o perfil do futuro e não uma competição entre a educação a distância e a presencial. Notícias EAD/Senac-DF: Para o senhor, quais os pré-requisitos que uma pessoa precisa ter para fazer cursos a distância? Ronaldo Mota: Há alguns pré-requisitos que são básicos e precisam ter tanto na educação presencial quanto na educação a distância, no entanto, quando falamos de educação a distância estamos dizendo de utilização maior do uso de tecnologias. Há um perfil associado as seguintes características: maior nível de autonomia do estudante, pessoas mais aptas a desenvolver o espírito de aprender a aprender, pessoas mais aptas a estudar o assunto em pauta antes das aulas e pessoas que tenham melhor estabelecido o que querem fazer com aquele conhecimento. Notícias EAD/Senac-DF: NoSenac-DF nós ministramos cursos básicos e cursos de pós-graduação a distância. Em 2007 com a chegada da faculdade Senac nós ministraremos também cursos híbridos. Para os cursos de mestrado, há algum impedimento? Ronaldo Mota: Não há impedimento algum para qualquer instituição pública ou privada que queiram ter cursos de pós-graduação stricto sensu a distância. Mas a Capes é muito rigorosa e continuará sendo, seja com cursos presenciais ou a distância e há certamente um grande futuro para os cursos stricto sensu a distância, mas para poder abrir passará pelo crivo rigoroso de qualidade da Capes, cujo o critério de rigidez não está associado a nenhum preconceito, mas está de exigir que os cursos sejam altamente qualificados. Noticias EAD/Senac-DF: Sobre a Universidade Aberta do Brasil, há oportunidade para especialistas em EAD que não fazem parte do corpo funcional das universidades federais, atuarem na Universidade Aberta? Ronaldo Mota: O novo edital da Universidade Aberta não será exclusivamente para as instituições federais, inclui também todas as instituições públicas do país, podendo ser estaduais e municipais. É possível que em um terceiro edital você já tenha a participação estimulada, por exemplo, das instituições comunitárias. Isso seria uma analogia com os programas do pró-licenciatura, que inicialmente eram de instituições públicas e numa segunda fase incorporou também as instituições comunitárias. É possível que a Universidade Aberta do Brasil também caminhe nessa trilha. Para a Universidade Aberta não há seleção de tutores, e sim de instituições, caso o tutor ministre alguma aula na instituição, ele poderá fazer parte da Universidade Aberta. Noticias EAD/Senac-DF: Por último, quais as perspectivas do Mec para o ensino a distância no país? Ronaldo Mota: A educação a distância tem um grande futuro no Brasil, em todos os setores, seja no público, privado, no sistema S, que é um exemplo de qualidade e que desenvolve a educação a distância com muita competência. O que nós fazemos é articular parcerias, nós queremos aumentar o leque de parceiros e estimular que os sistemas consigam fazer de forma consorciada ações que possam ter impactos positivos em toda a população. Fonte: Portal da Secretaria de Educação a Distância / MEC Extraida no dia 16/06/2011 as 09:38min http://www.universolivre.srv.br/index.php/the-news/35-u-lnews/81-mec-tem-boas-perspectivas-para-o-ensino-a-distancia-no-brasil |